TRATAMENTOS
ARTRITE DE TAKAYASU
O que é Arterite de Takayasu?
A Arterite de Takayasu (AT) é um tipo de vasculite (doença em que ocorre inflamação de vasos sanguíneos) de causa desconhecida e que afeta de forma crônica (isto é, por um período prolongado de tempo, geralmente vários anos) a maior artéria do corpo humano, a aorta, e seus ramos primários. Com o passar do tempo, a AT provoca uma diminuição do calibre das artérias afetadas (fenômeno chamado de estenose) e pode, às vezes, resultar no seu fechamento completo (fato denominado oclusão).
Qual o perfil das pessoas acometidas pela AT?
São acometidas pessoas de ambos os gêneros, com predomínio feminino em 80 a 90% dos casos. A doença se inicia geralmente na faixa entre 10 e 40 anos de idade, mas persiste por vários anos (evolução crônica) e o diagnóstico pode ocorrer muito tempo depois do início da mesma, já que as alterações mais características se desenvolvem de forma bastante lenta e gradual.
Quais os sinais e sintomas?
No início da doença podem ocorrer sintomas gerais e pouco específicos (isto é, que ocorrem também em diversas outras doenças); fadiga (cansaço mesmo sem esforços), perda de peso e febre. Mais tarde pode surgir dor nas extremidades, desencadeada pelo seu uso, pois as artérias já estreitadas pela doença não conseguem mais suprir as quantidades de oxigênio exigidas pelo esforço destas extremidades, fenômeno este conhecido como claudicação.
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL
O que é a Artrite Idiopática Juvenil?
A Artrite Idiopática Juvenil, também denominada Artrite Reumatoide Juvenil, é uma doença inflamatória crônica que acomete as articulações e outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração. A principal manifestação clínica é a artrite, caracterizada por dor, aumento de volume e de temperatura de uma ou mais articulações. Cabe ressaltar que em algumas crianças a dor é mínima ou até mesmo inexistente. Caracteristicamente ela inicia sempre antes dos 17 anos de idade.
É uma doença frequente?
A incidência da Artrite Idiopática Juvenil é desconhecida em nosso país, mas dados provenientes de países da América do Norte e da Europa indicam que cerca de 0,1 a 1 em cada 1.000 crianças têm essa doença.
O que causa a Artrite Idiopática Juvenil?
A causa exata da Artrite Idiopática Juvenil ainda não é conhecida. Fatores imunológicos, genéticos e infecciosos estão envolvidos. Estudos recentes mostram que existe uma certa tendência familiar e que alguns fatores externos, como certas infecções virais e bacterianas, o estresse emocional e os traumatismos articulares podem atuar como desencadeantes da doença.
A artrite não é uma doença infecto-contagiosa e os pacientes podem (e devem) freqüentar normalmente creches, escolas, clubes e piscinas.
ARTRITE PSORIÁSICA
O que é artrite psoriásica?
A artrite psoriásica (APs) é uma forma de artrite que afeta pessoas que possuem psoríase. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo. A maioria das pessoas desenvolve psoríase primeiro e depois a artrite, mas em alguns pacientes a artrite pode começar antes das lesões de pele.
Quando e como ocorre a artrite psoriásica?
As estatísticas variam de país a país, porém acredita-se que entre 5% e 40% das pessoas que tem psoríase podem ter dor e inflamação das articulações. Assim como na doença da pele, o acometimento articular atinge mais as pessoas da raça branca. Homens e mulheres são afetados igualmente e os países europeus, como Dinamarca, Suécia e Rússia, são os mais atingidos. Existe um componente genético bastante forte na APs. A psoríase desenvolve-se em aproximadamente 50% dos irmãos de pessoas com esta doença quando ambos os pais são afetados; em 16% quando somente um pai tem psoríase; e em 8%, quando nenhum dos pais é afetado.
ARTRITE REUMATÓIDE
O que é?
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações. A causa é desconhecida e acomete as mulheres duas vezes mais do que os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade
Quais são os sintomas?
Os sintomas mais comuns são os da artrite (dor, edema, calor e vermelhidão) em qualquer articulação do corpo sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro mas a coluna cervical é frequentemente envolvida. As articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional. As deformidades mais comuns ocorrem em articulações periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete).
Além das articulações outros podem ser acometidos?
Sim, porém menos comumente outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.
DOENÇA DE BEHÇET
O que é?
A doença de Behçet é bastante comum em países que fazem parte da antiga rota da seda, que se estende da Ásia ao Mediterrâneo, afetando principalmente gregos, turcos, árabes e israelenses, além de coreanos, chineses e japoneses. Ela recebe esse nome por ter sido descrita em 1937 pelo dermatologista turco Hulusi Behçet.
Quais são os sintomas?
O início dos sintomas geralmente ocorre entre os 20 e 40 anos de idade, homens e mulheres são acometidos de forma semelhante, mas homens jovens de origem asiática apresentam manifestações mais graves da doença. Diferentes genes aumentam o risco de desenvolver a doença de Behçet e acredita-se que fatores ambientais como infecções podem ajudar a desencadear a doença.
As manifestações da doença de Behçet ocorrem de forma recorrente, ou seja, em crises que melhoram com o tratamento e retornam após um período sem sintomas. A queixa mais importante é a presença de aftas recorrentes que podem estar associadas ou não a úlceras genitais, lesões de pele, dores articulares, inflamação no olho, alterações neurológicas, intestinais, inflamação e trombose em veias, além da formação de aneurismas em diferentes artérias. As queixas de doença de Behçet geralmente iniciam com aftas bastante dolorosas, muitos anos antes do diagnóstico. As aftas afetam qualquer parte da cavidade oral e variam em número e tamanho. As aftas geralmente duram mais de uma semana e geralmente não deixam cicatriz.
ESCLERODERMIA
O que é a esclerodermia?
A esclerodermia (“skleros”: duro e derma: pele) é uma doença que se caracteriza por fibrose (endurecimento) da pele e dos órgãos internos, comprometimento dos pequenos vasos sanguíneos e formação de anticorpos contra estruturas do próprio organismo (auto-anticorpos). A doença afeta pessoas de todas as partes do mundo e sua causa não é conhecida.
Quais são os tipos de esclerodermia?
Existem dois tipos de esclerodermia: a forma sistêmica (esclerose sistêmica) e a forma localizada (esclerodermia localizada). A esclerose sistêmica afeta a pele e os órgãos internos do organismo. Esta forma é quatro vezes mais frequente no sexo feminino que no sexo masculino e incide principalmente na quarta década de vida. A forma localizada afeta uma área restrita da pele, poupando os órgãos internos. A esclerodermia localizada é mais comum nas crianças.
Quais são os tipos de esclerodermia localizada?
Existem dois tipos principais de esclerodermia localizada: a morfeia e a esclerodermia linear. A morfeia é a forma clínica mais comum e se apresenta como uma ou mais placas de pele espessada com graus variados de pigmentação. Já na esclerodermia linear, as áreas de espessamento da pele são em forma de linha no sentido vertical do corpo.
A esclerodermia localizada pode ser leve, com apenas discreta atrofia (perda de tecido) da área afetada, mas em algumas ocasiões pode ser mais grave, estendendo-se aos tecidos mais profundos (tecido subcutâneo, músculos e ossos), podendo inclusive retardar o crescimento ósseo de uma criança.
ESPONDILOARTRITES
O que é são as espondiloartrites?
As Espondiloartropatias Soronegativas (Espondiloartrites) correspondem a um grupo de doenças que apresentam as seguintes manifestações clínicas em comum:
1. Artrite, com preferência ao acometimento das articulações sacroilíacas e da coluna vertebral;
2. Pesquisa negativa para o fator reumatóide (FR: exame de sangue);
3. Inflamação nos tendões e ligamentos que se ligam ao osso (entesites);
4. Marcador genético semelhante (HLA-B27);
Quais doenças fazem parte das
espondiloartrites?
Fazem parte deste grupo de doenças, as seguintes: Espondilite Anquilosante, Espondiloartropatias Indiferenciadas (indivíduos que não desenvolvem a doença completamente), Artrite Reativa (associada a doenças infecciosas), Artrite Psoriásica (associada à Psoríase), Artrites Enteropáticas (associadas à Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa, Doença de Whipple, entre outras).
O que é a Espondilite Anquilosante (EA)?
A Espondilite Anquilosante é um tipo de reumatismo que causa inflamação principalmente na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas (articulações que ficam na região das nádegas).
Quem pode ter a Espondilite Anquilosante (EA)?
A “EA” manifesta-se mais freqüentemente no sexo masculino, sendo 4 a 5 vezes mais freqüentes nos homens que nas mulheres. Normalmente, os pacientes desenvolvem os primeiros sintomas no final da adolescência ou no início da idade adulta (17 aos 35 anos de idade). Filhos de pais com “EA” também tem maior chance de apresentar a doença no futuro.
Quais são as manifestações clínicas da Espondilite Anquilosante (EA)?
As manifestações da doença podem variar de somente um quadro de dores nas costas contínua e significativa (principalmente na região das nádegas, ou mais acima na região lombar), até uma doença mais grave e sistêmica, acometendo várias outras articulações, os olhos, coração, pulmões, medula espinhal e rins.
O surgimento das dores na coluna ocorre de modo lento e insidioso durante algumas semanas. No início, a “EA” costuma causar dor nas nádegas, possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna. Frequentemente observa-se que a dor melhora com exercícios e piora com repouso, sendo pior principalmente pela manhã. Alguns pacientes se sentem globalmente doentes, sentem-se cansados, perdem o apetite e também perdem peso. Geralmente essa dor está associada a uma sensação de enrijecimento na coluna (rigidez), com consequente dificuldade na mobilização.
Eventualmente, o paciente também pode apresentar dor na planta dos pés, principalmente ao se levantar da cama pela manhã. Posteriormente, a inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor no peito, que piora com a respiração profunda.
Como é o tratamento das Espondiloartrites?
O tratamento dessas condições têm avançado bastante recentemente. Inicialmente é realizado com anti-inflamatórios. Algumas vezes, medicamentos biológicos especiais podem ser necessários. Esses medicamentos poderão ser apropriadamente prescritos pelo seu médico. Além das medicações, o tratamento fisioterápico é fundamental para a prevenção de deformidades.
FEBRE REUMÁTICA
O que é a Febre Reumática?
A Febre Reumática é uma doença inflamatória que pode comprometer as articulações, o coração, o cérebro e a pele de crianças de 5 a 15 anos.
O que causa a Febre Reumática?
A Febre Reumática é uma reação a uma infecção de garganta por uma bactéria conhecida como estreptococo. Essa infecção de garganta é caracterizada clinicamente por febre, dor de garganta, caroços no pescoço (gânglios aumentados) e vermelhidão intensa, pontos vermelhos ou placas de pus na garganta. A criança, geralmente maior de 3 anos de idade, poderá apresentar a infecção de garganta como qualquer outra criança e, geralmente, uma a duas semanas depois começa a apresentar as queixas da Febre Reumática.
Qualquer criança que tem infecção de garganta pode apresentar Febre Reumática?
Não. Somente aquelas com predisposição para apresentar a doença. Inúmeras crianças apresentam frequentes infecções de garganta, especialmente nos primeiros anos de vida, porém isto não é suficiente para predispô-las a apresentar a Febre Reumática. A predisposição necessária para apresentar a doença é herdada dos pais e já nasce com a criança.
FIBROMIALGIA
O que é a Fibromialgia?
A fibromialgia (FM) é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. Ela é acompanhada de sintomas típicos, como sono não reparador (sono que não restaura a pessoa) e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória.
O que causa a Fibromialgia?
Ainda não totalmente esclarecida, mas a principal hipótese é que pacientes com FM apresentam uma alteração da percepção da sensação de dor. Isso é apoiado por estudos em que visualizam o cérebro destes pacientes em funcionamento, e também porque pacientes com FM apresentam outras evidências de sensibilidade do corpo, como no intestino ou na bexiga. Alguns pacientes com FM desenvolvem a condição após um gatilho, como uma dor localizada mal tratada, um trauma físico ou uma doença grave. O sono alterado, os problemas de humor e concentração parecem ser causados pela dor crônica, e não ao contrário.
Qual é o impacto na saúde?
A FM é bastante comum, afetando 2,5% da população mundial, sem diferenças entre nacionalidades ou condições socioeconômicas. Geralmente afeta mais mulheres do que homens e aparece entre 30 a 50 anos de idade, embora existam pacientes mais jovens e mais velhos com FM.
GOTA
O que é a Gota?
A gota é uma doença inflamatória que acomete sobretudo as articulações e ocorre quando a taxa de ácido úrico no sangue está em níveis acima do normal (hiperuricemia).
O que causa a Gota?
O aumento nas taxas de ácido úrico no sangue pode ocorrer tanto pela produção excessiva quando pela eliminação deficiente da substância. É importante saber que nem todas as pessoas que estiverem com a taxa de ácido úrico elevada (hiperucemia) desenvolverão a gota. A maioria dos portadores de gota é composta por homens adultos com maior incidência entre 40 e 50 anos e, principalmente em indivíduos com sobrepeso ou obesos, com vida sedentária e usuários de bebidas alcoólicas com freqüência. As mulheres raramente desenvolvem gota antes da menopausa e geralmente tem mais de 60 anos de idade quando a desenvolvem.
Quais são os sintomas?
Com o aumento da concentração de ácido úrico no sangue, ocorre a deposição de cristais nos tecidos, principalmente nas articulações, causando inflamação e consequentemente dor e inchaço acometendo principalmente as articulações do dedão, tornozelos e joelhos. A gota é caracterizada, inicialmente, por ataques recorrentes de artrite aguda, provocados pela precipitação, nos espaços articulares, de cristais de ácido úrico. O quadro clássico consiste em dor que freqüentemente começa durante a madrugada e é intensa o suficiente para despertar o paciente. Embora qualquer articulação possa ser afetada, sobretudo as dos membros inferiores, o hálux (dedão) é a articulação mais frequentemente envolvida na primeira crise. Além da dor a articulação comumente apresenta-se inflamada com presença de calor, rubor (vermelhidão) e inchaço. Também pode haver formação de cálculos, produzindo cólicas renais e depósitos de cristais de ácido úrico debaixo da pele, formando protuberâncias localizadas nos dedos, cotovelos, joelhos, pés e orelhas (tofos).
LER/DORT
LER é uma doença?
Não, LER não corresponde a uma doença ou enfermidade. LER é a sigla para “Lesões por Esforços Repetitivos” e representa um grupo de afecções do sistema musculoesquelético. São diversas afecções que apresentam manifestações clínicas distintas e que variam em intensidade.
Porque a sigla DORT?
Representa a sigla para “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho” e foi introduzida para substituir a sigla LER, particularmente por duas razões: primeiro porque a maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta evidência de lesão em qualquer estrutura; a outra razão é que além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser nocivas para o trabalhador como sobrecarga estática (uso de contração muscular por períodos prolongados para manutenção de postura); excesso de força empregada para execução de tarefas; uso de instrumentos que transmitam vibração excessiva; trabalhos executados com posturas inadequadas.
Quais são os distúrbios mais comuns?
Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais frequentes são as tendinites (particularmente do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares) em diversos locais do corpo.
LOMBALGIA
O que é Lombalgia?
A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior. A lombociatalgia é a dor lombar que se irradia para uma ou ambas as nádegas e/ou para as pernas na distribuição do nervo ciático. Pode ser aguda (duração menor que 3 semanas), subaguda ou crônica (duração maior que 3 meses). A lombalgia é um problema extremamente comum, que afeta mais pessoas do que qualquer outra afecção, sendo a segunda causa mais comum de consultas médicas gerais, só perdendo para o resfriado comum. Entre 65% e 80% da população mundial desenvolve dor na coluna em alguma etapa de suas vidas, mas na maioria dos casos há resolução espontânea. Mais de 50% dos pacientes melhora após 1 semana; 90% após 8 semanas; e apenas 5% continuam apresentando os sintomas por mais de 6 meses ou apresentam alguma incapacidade.
O que causa a Lombalgia?
Como existe um grande número de estruturas na coluna (ligamentos, tendões, músculos, ossos, articulações, disco intervertebral) há inúmeras causas diferentes para a dor. Somando-se a isso há inúmeras doenças sistêmicas não reumatológicas que podem manifestar-se com dor lombar. A maioria das dores lombares é causada pelo “mau uso” ou “uso excessivo” das estruturas da coluna (resultando em entorses e distensões), esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não ergonômica no trabalho e osteoartrose da coluna (com o passar do tempo, as estruturas da coluna vão se desgastando, podendo levar à degeneração dos discos intervertebrais e articulações). Outras causas incluem doenças inflamatórias como a espondilite anquilosante, infecções, tumores, etc.
Como é feito o diagnóstico?
O médico tem papel fundamental no diagnóstico e necessita sobretudo de uma história detalhada da dor, fatores associados e um exame físico meticuloso para um correto diagnóstico. O diagnóstico das lombalgias é, via de regra, clínico. Exames de imagem em geral não são solicitados em lombalgias agudas, apenas nos casos em que são observados alguns sinais de alerta como febre, perda de peso, déficit neurológico, idade acima de 50 anos e trauma. Quando há persistência da dor por mais 4-6 semanas os exames devem ser solicitados.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES)
O que é Lúpus?
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Por ser uma doença do sistema imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação em todos os órgãos, quando a pessoa tem LES ela pode ter diferentes tipos sintomas e vários locais do corpo. Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins.
O que causa o Lúpus?
Embora a causa do LES não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais participam de seu desenvolvimento. Portanto, pessoas que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum momento, após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas. A principal delas é o desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins etc.). Dessa forma, entendemos que o tipo de sintoma que a pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a pessoa tem e, que como o desenvolvimento de cada anticorpo se relaciona às características genéticas de cada pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações clínicas (sintomas) específicas e muito pessoais.
MANIFESTAÇÕES REUMÁTICAS RELACIONADAS AO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
Alguns dados sobre o HIV:
A síndrome da imunodeficiência humana (SIDA – AIDS) foi descrita pela primeira vez em 1981 e desde então tornou-se uma epidemia mundial. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos. O Brasil tem, aproximadamente, 600 mil portadores do vírus da AIDS diagnosticados. O tratamento da infecção pelo HIV tem mudado dramaticamente na última década. No fim da década de 80 a única medicação disponível era o AZT. Já nos últimos 10 anos existem quase 20 tipos diferentes de medicações usadas geralmente em associação o que tem alterado a história natural da infecção pelo HIV com controle prolongado da doença e maior sobrevida destes pacientes.A história natural da infecção consiste na multiplicação do vírus associado ao declínio gradual no número e função das células de defesa do indivíduo.
Qual a relação entre HIV e reumatismo?
Há descrição de várias doenças reumatológicas relacionadas à infecção pelo HIV. O papel do HIV no desenvolvimento das doenças inflamatórias crônicas e autoimunes não está completamente esclarecido. Com a progressão da doença, existem doenças reumatológicas que aparecem ou pioram como a Síndrome de Reiter e ao mesmo tempo doenças pré-existentes como o Lupus e Artrite Reumatóide podem melhorar com o decorrer do tempo. Na última década o padrão da incidência dessas doenças na infecção pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana) tem se modificado. Doenças que raramente eram descritas nos primeiros estudos, como a síndrome da linfocitose infiltrativa difusa e a artrite associada ao HIV, tornam-se problemas cada vez mais comuns.
O que é Osteoartrite?
Osteoartrite é o mesmo que osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa. No conjunto das doenças agrupadas sob a designação de “reumatismos”, a osteoartrite é a mais freqüente, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia. Além deste fato, sua importância pode ser demonstrada através dos dados da previdência social no Brasil, pois é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho; é a segunda doença entre as que justificam o auxílio-inicial, com 7,5% do total; é a segunda também em relação ao auxílio-doença (em prorrogação) com 10,5%; é a quarta a determinar aposentadoria (6,2%).
A osteoartrite (artrose), em conjunto, tem certa preferência pelas mulheres, mas há localizações que ocorrem mais no sexo feminino, por exemplo mãos e joelhos, outras no masculino, como a da articulação coxofemoral (do fêmur com a bacia). Ela aumenta com o passar dos anos, sendo pouco comum antes dos 40 e mais freqüente após os 60. Pelos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30 a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica.
A osteoartrite (artrose) é uma doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, entre elas os osteófitos, conhecidos, vulgarmente, como “bicos de papagaio”.
A pode ser dividida em sem causa conhecida (dita primária) ou com causa conhecida (dita secundária). As causas desta última forma são inúmeras, desde defeitos das articulações, como os joelhos com desvios de direção (valgo ou varo), até alterações do metabolismo. A participação da hereditariedade é importante, principalmente em certas apresentações clínicas, como os nódulos dos dedos das mãos, chamados de nódulos de Heberden (na junta da ponta dos dedos) ou Bouchard (na junta do meio dos dedos).
OSTEOARTRITE (ARTROSE)
OSTEOPOROSE
O que é Osteoporose?
Osteoporose é uma doença que pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços.
Os principais tipos de Osteoporose são:
Osteoporose pós-menopausa: atinge mulheres após a menopausa. Fratura de coluna pode ocorrer.
Osteoporose senil: atinge pessoas com mais de 70 anos. Tanto a fratura de coluna quanto a de quadril podem ocorrer.
Osteoporose secundária: atinge pessoas com doença renal hepática, endócrina, hematológica ou que usam alguns medicamentos, por exemplo, corticoides.
Quais são os fatores de risco para Osteoporose?
Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem o desenvolvimento da Osteoporose.
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Menopausa: com a interrupção da menstruação, ocorre diminuição dos níveis de estrógeno 7 (hormônio feminino), que é fundamental para manter a massa óssea.
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Envelhecimento: a perda de massa óssea aumenta com a idade.
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Hereditariedade: a Osteoporose é mais frequente em pessoas com antecedentes familiares da doença.
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Dieta pobre em cálcio: o cálcio é fundamental na formação óssea. Sua obtenção a partir da alimentação é imprescindível para prevenir a Osteoporose.
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Excesso de fumo e álcool: tem-se observado maior incidência de Osteoporose entre as pessoas que consomem álcool e fumo em excesso.
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Imobilização prolongada: o exercício físico constitui um importante estímulo para a formação e o fortalecimento dos ossos. Grandes períodos de imobilização e a falta de exercícios podem levar à Osteoporose.Medicamentos: alguns medicamentos, como os corticóides, em tratamentos de longa duração, favorecem a redução da massa.
POLIMIALGIA REUMÁTICA E ARTRITE DE CÉLULAS GIGANTES
O que é Polimialgia Reumática?
Polimialgia reumática (PMR) é uma doença que acomete pessoas acima de 50 anos, causando rigidez e dor no pescoço, ombros e quadris. Hoje se sabe que os sintomas são causadas por inflamação nas articulações profundas de ombro, pescoço e quadril. A rigidez pode ser tão intensa que pode incapacitar o doente, Outros sintomas são: fadiga, perda de peso, febre baixa, e depressão.
Causa:
Ainda são desconhecidas, no entanto a alta incidência com a após os 50 anos sugere que esteja de alguma forma relacionado com o processo de envelhecimento.
Impacto na Saúde:
A PMR raramente acontece antes de 50 anos, e a idade média das pessoas com estas doenças é aproximadamente 70 anos, e é duas vezes mais comum em mulheres que em homens.
Diagnóstico:
O diagnóstico de PMR é eminentemente clínico, com a história, exame físico e exames laboratoriais auxiliando a afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes. O diagnóstico é feito quando há indícios na história e exame físico, e uma alteração importante nos exames que indicam inflamação, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa. Esses exames estão elevados em várias causas de inflamação, e não são específicos para PMR, devendo sempre serem interpretados no contexto clínico.
PSEUDOGOTA
O que é Pseudogota?
É uma forma de artrite causada pelo depósito de cristais de pirofosfato de cálcio nas articulações. O termo pseudogota é utilizado devido às crises inflamatórias que ocorrem nos paciente e, que são similares àquelas da gota.
O termo condrocalcinose é utilizado para denominar o depósito daqueles cristais (calcinose) na cartilagem articular (condro), e que pode ser visível em radiografias da articulação. Desta forma, a condrocalcinose é vista comumente nas radiografias de pacientes com pseudogota.
Causa:
Pseudogota é causada por depósitos de cristais compostos de pirofosfato de cálcio em tecidos do corpo humano, em especial nas cartilagens. Na maioria dos casos, a formação de cristais acontece sem uma razão específica, no entanto, muitas vezes, existe um padrão familiar de desordens metabólicas, inclusive deficiências enzimáticas. Também podem ser associadas á patologias da tiróide e/ou das glândulas paratireoides.
Impacto na Saúde:
Pseudogota é muito comum, especialmente entre idosos. A prevalência é de aproximadamente 03% após os 60 anos, e vai aumentando à cada década, atingindo cerca de 50% aos 90 anos. Ataques agudos de pseudogota acontecem freqüentemente nos joelhos e podem permanecer por dias á semanas. Depósitos cristalinos podem contribuir para uma forma severa de degeneração articular que resulta em incapacidade definitiva.
Diagnóstico:
É feito pelo exame de pesquisa de cristais no aspirado de líquido sinovial (de dentro da articulação) e, as radiografias demonstrando imagem de calcificações em tecidos moles (condrocalcinose).
REUMATISMO DE PARTES MOLES
O que é Reumatismo de Partes Moles?
A boa função do sistema músculo-esquelético depende da integridade de seus componentes (ossos, músculos e tendões, articulações, bursas e ligamentos). Quando um desses componentes não funciona bem, isso se reflete em dor e dificuldade de realizar os movimentos. No caso do Reumatismo de Partes Moles ou Reumatismo Extra-articular (fora das articulações), esses sintomas decorrem de lesão ou inflamação das estruturas que estão em volta das articulações (músculos, ligamentos, bursas, ênteses e tendões), resultando em bursites, tendinites, entesites e dor miofascial. Essas inflamações são habitualmente temporárias e não causam deformidade, mas podem se tornar crônicas.
Por que essas inflamações ocorrem?
Na maioria das vezes, a inflamação/lesão dessas estruturas ocorre devido a traumatismos locais. Esse traumatismo pode ocorrer como um acidente único e violento com lesão imediata, ou pode ser o resultado de traumas crônicos resultantes de vícios posturais ou ocupacionais.
O que são as Bursites?
As bursas são pequenas bolsas com líquido dentro, que têm como função proteger os músculos e tendões do contato com o osso e facilitar o deslizamento entre as estruturas. As bursites (inflamação das bursas) podem ocorrer em diversos locais do corpo, mas as mais comuns são nos cotovelos, joelhos, ombros e quadris.
Como o diagnóstico dessas condições pode ser realizado?
O diagnóstico de todas essas condições é baseado na história trazida pelo paciente e exame clínico. Radiografias excluem anormalidades ósseas. Tendões, ligamentos e bursas não são visíveis em radiografias, no entanto o uso da ultra-sonografia e, mais recentemente da ressonância nuclear magnética trouxeram um grande auxílio na definição do local inflamado e no grau de inflamação da lesão
SÍNDROME ANTI-FOSFOLÍPIDE (SAF)
O que é a Síndrome Anti-Fosfolípide?
A Síndrome Anti-fosfolípide ou Síndrome do Anticorpo Anti-Fosfolípide (SAAF) constitui um distúrbio auto-imune na coagulação do sangue que causa trombose (coagulação anormal) em artérias e veias, além de complicações na gravidez (abortos repetitivos, pressão alta e prematuridade do bebê). Esta síndrome ocorre devido à produção de anticorpos contra proteínas do próprio organismo (chamados de anticorpos anti-fosfolipídes) que são dosados no sangue através de exames laboratoriais.
Como é realizado o diagnóstico da Síndrome Anti-Fosfolípide?
Para a realização do diagnóstico correto é necessário que haja pelo menos uma manifestação clínica de trombose ou de complicações relacionadas à gravidez associados à presença dos auto-anticorpos detectados no sangue através de exames laboratoriais. Somente a presença dos anticorpos no sangue, sem as manifestações clínicas de trombose ou complicações relacionadas à gravidez não constituem a “SAAF”.
Quais são as manifestações clínicas da Síndrome Anti-Fosfolípide?
A manifestação de trombose pode ocorrer em qualquer vaso do organismo. No caso das veias, a trombose de membros inferiores é a de localização mais comum. Clinicamente observamos: dor, inchaço e vermelhidão na perna afetada. No caso de trombose do sistema arterial, a manifestação mais comum é de derrame cerebral (AVC: acidente vascular cerebral).
SÍNDROME DE SJÖGREN
O que é a Síndrome de Sjögren?
A Síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune que se caracteriza principalmente pela manifestação de secura ocular e na boca associadas à presença de auto-anticorpos ou sinais de inflamação glandular. Algumas células brancas (chamadas de linfócitos) invadem vários órgãos e glândulas, principalmente as glândulas lacrimais e salivares, produzindo um processo inflamatório que acaba por prejudicá-los, impedindo suas funções normais.
Existem outras causas de secura na boca e nos olhos?
Se uma pessoa apresenta olho seco ou boca seca, ela deverá ser avaliada para as possíveis causas desses sintomas. Medicamentos (inclusive os usados para o tratamento da pressão alta, depressão, resfriados e alergias), infecções e outros problemas oculares também podem causar esses mesmos sintomas. Será necessária a avaliação de um médico Oftalmologista para determinar se realmente há falta de lágrima e sinais de inflamação na córnea em decorrência desta secura. Se essas alterações se confirmarem, o paciente deve ser encaminhado a um Reumatologista para avaliação do diagnóstico da Síndrome de Sjogren (SS).
Quais são as outras manifestações clínicas da Síndrome de Sjögren?
Os pacientes com “SS” também podem apresentar secura na pele, nariz e vagina. Podem apresentar fadiga, artralgias e artrites. Além disso, outros órgãos do corpo, como os rins, pulmões, vasos, fígado, pâncreas e cérebro também podem ser afetados. Esta doença é mais comum em mulheres de meia idade, mas também pode ocorrer em homens e em qualquer idade.
VASCULITES
O que são as Vasculites?
O termo “vasculite” significa inflamação de vasos sanguíneos. Nas Vasculites, a parede dos vasos sanguíneos é invadida por células do sistema imunológico causando estenose, oclusão, formação de aneurismas e/ou hemorragias. Todos os órgãos do organismo são supridos com sangue através dos vasos, portanto, a diminuição do aporte sanguíneo, em virtude das alterações nos vasos provocadas pelas Vasculites, pode causar sintomas ou lesões em qualquer sistema. Por esse motivo, as Vasculites abrangem um grupo diverso de afecções.
O que são as Vasculites Primárias?
As Vasculites Primárias são doenças raras, de causa pouco conhecida, e ocorrem quando o vaso sanguíneo é o alvo principal da doença. O nome e a classificação das Vasculites Primárias dependem principalmente do tamanho do vaso sanguíneo que geralmente é acometido. Entre as Vasculites Primárias, diferenciam-se ainda dois grupos. No primeiro, a vasculite ocorre de forma isolada em apenas um órgão ou tecido. Neste grupo estão incluídas as vasculites isoladas do sistema nervoso central, pele, olhos, etc. No segundo grupo, as vasculites acometem simultaneamente ou sequencialmente, vários órgãos ou sistemas (Vasculites Sistêmicas). São elas: Arterite de Takayasu e a Arterite de Células Gigantes ou Arterite Temporal (vasculites que acometem preferencialmente vasos maiores); Poliarterite Nodosa e a Doença de Kawasaki (vasculites que acometem principalmente vasos de médio calibre); Granulomatose de Wegener, Arterite de Churg-Strauss, Poliangeíte Microscópica, Urticária Vasculite, Púrpura Henoch-Schönlein e Crioglobulinemia (vasculites que acometem pequenos vasos sanguíneos).
LOCAIS DE ATENDIMENTO
Clínica La Sofie
R. Elenita de Castro Cardoso, 527 - Vila Aurora, Rondonópolis - MT, 78740-038